quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Idealista e o Rochedo




O IDEALISTA E O ROCHEDO

Um dos lindos e inteligentes poemas de "Maria Stella Teixeira Haddad"
(pag. 69/70 do livro de Meirita Caldeira - 1ª Antologia da poesia de Ibitinga )





Um dia
sobre o rochedo
contemplando e verde mar selvagem
que se despedaçava a meus pés
comecei a meditar.
Observando a impetuosidade de seu ataque
a agonia de suas ondas
compreendi mais do que nunca
a inutilidade imediata da revolta
Quem ali estava sofrendo?
O mar ou o rochedo?
O rochedo é de pedra.
Quem sofria eram as ondas
que se atiravam
espumando,
desesperadas,
contra aquela pedra fria.
Comparei então o oceano à humanidade:
em ambos existem duas espécies diferentes;
enquanto uns,
empurrados por um movimento contínuo
procuram um lugar melhor
no oceano da vida,
outros,
movidos por uma força interior,
um sentimento de justiça
que creio vir de Deus,
revoltam-se e atiram-se
contra os rochedos
com coragem e esperança
Eles poderiam viver tranquilamente
beijando as pedras
entretanto lançam-se contrra elas
e se despedaçam,
Seu sacrifício será em vão?
Observei melhor o rochedo
e estranhei o seu formato.
Só então compreendi.
Foram ondas que o transformaram com o decorrer do tempo!
Comparo novamente:
A luta do idealistas
tambem não é em vão,
pois embora sofram
e muitas vezes sejam sacrificados,
conseguem imprimir na humanidade
as marcas profundas
de seus ideais.
Como as ondas modificam as pedras,
são os idealistas
que conseguem transformar o mundo!